EM CONSTRUÇÃO...
Por LEO RUGERO (multi-instrumentista, pesquisador)
www.leorugeroblog.blogspot.com
sanfonade8baixos.blogspot.com
Nossa, Pedro Sorongo! Quanta inventividade.
Tive oportunidade de presenciar Pedro Sorongo, se a memória não me falha, duas vezes. Eram concertos de Jards Macalé, em que no meio das apresentações, Sorongo era convidado a entrar no palco, e Macalé deixava-o sozinho.Jamais esquecerei dos solos de caixinha de fósforos e berimbau-de-boca...
Mas, outros flashes invadem a minha memória e um deles consiste em um vídeo (TVE) de Sebastião Tapajós tocando o Estudo nº1 de Villa-Lobos acompanhado por Sorongo. Passaram-se anos, cheguei a pensar que eu havia sonhado aquela interpretação, mas recentemente, graças à Internet, descobri o vinil de 1972 gravado na Argentina, em que Sebastião Tapajós e Pedro Sorongo interpretam esta peça de forma tão singular.
Sempre ouvi falar de Pedro Sorongo através de amigos músicos contemporáneos dele. O percussionista Djalma Corrêa confessou-me que Sorongo foi uma de suas principais fontes de inspiração, explicando-me sobre o senso que ele havia desenvolvido na distribuição de timbres. Sem dúvida, isso fica bem perceptível quando ouvimos as gravações dos 5 tambores, bambu, ou de outros instrumentos que eu gostaria de ter visto(e ouvido) ao vivo. Jamais esquecerei um dia em que Djalma me visitou, e juntos, ouvimos o disco "Xingu" - uma colaboração entre Sebastião Tapajós, Pedro Sorongo e o próprio Djalma.
Mais recentemente, meu amigo, o sanfoneiro Zé Calixto, recordou Sorongo, a quem chamava "Pedro da Lua", e lamentou que não estivesse mais entre nós. Sorongo gravou em discos de sanfoneiros como Zé Calixto e Abdias, no inicio dos anos 1970, não apenas como instrumentista, mas também como compositor, numa época em que o "merengue" abalava os salões.
Enfim, quantas referências deste músico que trouxe verdadeiras inovações ao emprego da percussão na música brasileira. E por fim, o compositor, criador de melodias e texturas sonoras que continuam soando como frescas brisas, conduzindo nossa imaginação à outros tempos e lugares.
Mas, outros flashes invadem a minha memória e um deles consiste em um vídeo (TVE) de Sebastião Tapajós tocando o Estudo nº1 de Villa-Lobos acompanhado por Sorongo. Passaram-se anos, cheguei a pensar que eu havia sonhado aquela interpretação, mas recentemente, graças à Internet, descobri o vinil de 1972 gravado na Argentina, em que Sebastião Tapajós e Pedro Sorongo interpretam esta peça de forma tão singular.
Sempre ouvi falar de Pedro Sorongo através de amigos músicos contemporáneos dele. O percussionista Djalma Corrêa confessou-me que Sorongo foi uma de suas principais fontes de inspiração, explicando-me sobre o senso que ele havia desenvolvido na distribuição de timbres. Sem dúvida, isso fica bem perceptível quando ouvimos as gravações dos 5 tambores, bambu, ou de outros instrumentos que eu gostaria de ter visto(e ouvido) ao vivo. Jamais esquecerei um dia em que Djalma me visitou, e juntos, ouvimos o disco "Xingu" - uma colaboração entre Sebastião Tapajós, Pedro Sorongo e o próprio Djalma.
Mais recentemente, meu amigo, o sanfoneiro Zé Calixto, recordou Sorongo, a quem chamava "Pedro da Lua", e lamentou que não estivesse mais entre nós. Sorongo gravou em discos de sanfoneiros como Zé Calixto e Abdias, no inicio dos anos 1970, não apenas como instrumentista, mas também como compositor, numa época em que o "merengue" abalava os salões.
Enfim, quantas referências deste músico que trouxe verdadeiras inovações ao emprego da percussão na música brasileira. E por fim, o compositor, criador de melodias e texturas sonoras que continuam soando como frescas brisas, conduzindo nossa imaginação à outros tempos e lugares.
Por Carlos Malta (multi-instrumentista (sopros), compositor, arranjador, maestro)
Pedro Sorongo é uma influencia e uma certeza em minha carreira.Quando o conheci , na casa do Hermeto , vi uma pessoa com alma de passarinho, uma leveza típica dos seres voadores e canoros que embelezam a vida. Sua música está em mim , na forma da
liberdade , da criatividade e da pureza. Pedro Sorongo navegava num mar de beleza.
liberdade , da criatividade e da pureza. Pedro Sorongo navegava num mar de beleza.
Por Pascoal Meirelles (baterista)
Conheci Pedro Sorongo numa gravação na Odeon quando o estudio era na
Av. Rio Branco. Ele chegou com 3 caixas enormes com objetos que tinha
achado pesquisando e que transformava em instrumentos de percussão. Os
produtores da época adoravam chamar o Pedro para gravar porque ele
oferecia sonoridades inusitadas para cada momento da musica.Os
produtores de musica de cinema também eram vidrados nas opções que ele
oferecia para sons misteriosos e diferenciados.A partir desse momento
ficamos amigos e ele sempre dizia que queria me mostrar na sua casa os
instrumentos que criava. Um dia fui lá e fiquei abismado com a imensa
variedade de instrumentos que criava.Um gênio da criatividade
percussiva. Tudo que o Hermeto aparece hoje fazendo com chaleira,
porco,sinos de igreja, etc... o Pedro Sorongo já tinha feito a partir da
década de 60.
Por Robertinho Silva (baterista e percussionista)
Quando eu era garoto ouvia no rádio a música 'Sorongaio' com
Pedro Sorongo e Regional de Canhoto. No final dos anos 60
quando comecei a gravar conheci o Sorongo nos estúdios de gravação, fiquei
surpreendido com esse primeiro contato. Foi quando comecei a ver de perto quem
era esse percussionista, a diversidade
dos tambores usados por ele e sua utilização de forma surpreendente e criativa.
Quase todos os objetos que caiam em sua mão eram utilizados como percussão, era um habilidoso criador de sonoridade.
Por EDUARDO MARQUES (cantor e compositor)
" PEDRO SORONGO, o Mago dos Sons! "
Ano de 1973, e eu mal completara 21 anos. Estúdio da gravadora Odeon para a gravação do meu 1º LP, " Eduardo Marques ", com composições e interpretações minhas.
Ano de 1973, e eu mal completara 21 anos. Estúdio da gravadora Odeon para a gravação do meu 1º LP, " Eduardo Marques ", com composições e interpretações minhas.
O timaço de músicos participantes da gravação foi de primeiríssima grandeza: Regional do Canhoto, Maestro Orlando Silveira (acordeon), Chiquito Braga (guitarra elétrica), Hugo Belardi (teclados), Dino (7 cordas), Damázio (violão de 6), Luizão Maia (baixo), Luna (bateria), Erastro, irmão de Naná Vasconcelos (berimbau e tamboras), Luizinho Eça (piano), Coral do Joab e das Gatas (vocais).
Desse fantástico time, também fazia parte PEDRO SORONGO, a quem me refiro até hoje como o "Mago dos Sons". Ele entrou no estúdio com várias malas e bolsas.. e esparramou pelo chão um punhado de trecos, peças, brinquedos de criança, pedaços de um monte de coisas, utensílios domésticos e até uma "comadre" de hospital ! Essas bugingangas, todas identificadas e batizadas por ele com nomes engraçados e jocosos, como "brincanagem", "gargalhada", eram utilizadas pelo Pedro para produzir sons inimagináveis e instigantes.
Tive a honra de ter esse excelente profissional abrilhantando meu 1º disco, com suas exuberantes sonoridades. Mais tarde, eu descobri o PEDRO SORONGO compositor, ao constatar em um LP do Regional do Canhoto, uma de suas composições mais conhecidas, " Sorongaio ".
Também pude assisti-lo ao vivo, quando participou com seus fantásticos instrumentos, em show do violonista e meu parceiro, João de Aquino, no Museu de Arte Moderna, no Rio de Janeiro. Nesse show, João o chamou ao microfone e lhe colocou o violão ao colo. O Pedro pegou o violão, sentou-se em um banco e acompanhou-se, apenas deslizando os dedos da mão direita sobre as cordas, mantendo uma cadência contínua, enquanto cantava. São inúmeras as gravações nas quais há a inconfundível marca de PEDRO SORONGO.
Hoje, após 40 anos, reencontro a Lys, filha de PEDRO, que ' me achou ' pelo facebook, após eu ter postado uma antiga fotografia de uma gravação com o SORONGO.. ela me perguntou se eu escreveria um depoimento sobre seu pai.. aqui está!
Obrigado querida Lys, por me fazer despertar tantas recordações!
Sensacional o blog, estarei acompanhado sempre.. Mais um depoimento /watch?v=CbeTjlsvT3Q&feature=endscreen
ResponderExcluirObrigada!!
ResponderExcluirUm abraço,
LYS